No Brasil, grande parte das cargas é transportada por caminhões. Por conta do pouco investimento em ferrovias, as estradas acabam sendo o principal meio de transporte para o que é produzido nas indústrias e nos campos brasileiros. Entretanto, este não é um cenário exclusivo. Os países do Mercosul também são dependentes dos veículos pesados. Existem cerca de 600 transportadoras e quase 50 mil caminhões percorrendo as estradas da América do Sul diariamente.
O reflexo da importância dos pesados pode ser vista no número de vendas dos veículos. Em 2018, o mercado brasileiro produziu 105.534 caminhões novos, número 27,1{a10c88b0a16ccfda37608ce889df6337591b0c33b760f1cc9d0a5ec02c0b4aba} maior que o de 2017. Desse total, 26.642 unidades foram exportadas, tendo como destino até mesmo alguns países do Mercosul. Os dados são da Anfavea.
Para manter o segmento aquecido, os fabricantes procuram sempre lançar modelos mais avançados e com mais tecnologia embarcada. Neste ano, uma das empresas que mais está investindo em lançamentos na região é a Iveco. A empresa ampliou sua oferta de caminhões e passou a atuar em segmentos em que não estava presente, como o de 9 e 11 toneladas.
Uma das líderes em vendas no Brasil, a Volkswagen é outra empresa que tem investe em inovações no setor. A linha Constellation, uma das mais vendidas no mercado brasileiro, ganhou novos integrantes. Os semipesados 17.260 e 24.260 passaram a ter como opção o pacote Robust, que visa fortalecer os atributos fora de estrada dos modelos.
Além de investir em lançamentos, a marca de origem alemã tem apresentado conceitos voltados para o agronegócio. Um exemplo é o protótipo Constellation 31.280 voltado para o trabalho em canaviais. Relevado durante a Agrishow 2019, ele foi pensado para melhorar a produtividade no campo, utilizando pneus agrícola e equipamentos que facilitam o trabalho nos campos de cana-de-açúcar.
A sustentabilidade não é ignorada na indústria de caminhões. Com as normas de níveis de emissão se tornando cada vez mais exigentes, começam a surgir alternativa aos motores diesel, que já poluem bem menos que há uma década.
Assim como acontece com os automóveis, modelos elétricos dos veículos de carga tem começado a aparecer no continente. Um dos primeiros é o Jac iET 1200, que vai começar a ser vendido em agosto no Brasil. Importado da China, ele tem 177 cv e autonomia de 200 km.
Voltado para o uso em cidades, ele promete ter um custo operacional baixo. Segundo o presidente da Jac Motors Brasil, Sergio Habib, o modelo elétrico vai gastar R$ 30 para percorrer 200 km na cidade, enquanto um modelo a diesel gasta cerca de R$ 150.
Marca com fábrica no Brasil, a sueca Volvo é outra companhia que tem se esforçado em desenvolver caminhões elétricos. Porém, a empresa está desenvolvendo um modelo movido a eletricidade e autônomo, sem cabine de comando. O Vera ainda está em desenvolvimento na Europa, e será testado em um terminal portuário na cidade de Gotemburgo, na Suécia.
Sem caminhões, o transporte de cargas é inviável na América do Sul. Por isso, eles são fundamentais para o agronegócio e para os demais setores da economia. As empresas têm acompanhado de perto as novas tecnologias e, em breve, será possível ver modelos elétricos e autônomos rodando pelo continente — melhorando a segurança e reduzindo os custos de operação.