Edição # 29 | Ano 03 | Outubro 2021
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Artigo

Mercosul: quem cala consente

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Transporte

Frota que move o Mercosul

Bianca Bellucci
Fundamentais para a logística do Agronegócio, os caminhões estão com as vendas em alta no Brasil, país que conta com grandes fábricas no Mercosul. Além disso, as empresas têm buscado desenvolver novos modelos tecnológicos e mais sustentáveis para o mercado

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No Brasil, grande parte das cargas é transportada por caminhões. Por conta do pouco investimento em ferrovias, as estradas acabam sendo o principal meio de transporte para o que é produzido nas indústrias e nos campos brasileiros. Entretanto, este não é um cenário exclusivo. Os países do Mercosul também são dependentes dos veículos pesados. Existem cerca de 600 transportadoras e quase 50 mil caminhões percorrendo as estradas da América do Sul diariamente.

O reflexo da importância dos pesados pode ser vista no número de vendas dos veículos. Em 2018, o mercado brasileiro produziu 105.534 caminhões novos, número 27,1{a10c88b0a16ccfda37608ce889df6337591b0c33b760f1cc9d0a5ec02c0b4aba} maior que o de 2017. Desse total, 26.642 unidades foram exportadas, tendo como destino até mesmo alguns países do Mercosul. Os dados são da Anfavea.

Para manter o segmento aquecido, os fabricantes procuram sempre lançar modelos mais avançados e com mais tecnologia embarcada. Neste ano, uma das empresas que mais está investindo em lançamentos na região é a Iveco. A empresa ampliou sua oferta de caminhões e passou a atuar em segmentos em que não estava presente, como o de 9 e 11 toneladas.

Uma das líderes em vendas no Brasil, a Volkswagen é outra empresa que tem investe em inovações no setor. A linha Constellation, uma das mais vendidas no mercado brasileiro, ganhou novos integrantes. Os semipesados 17.260 e 24.260 passaram a ter como opção o pacote Robust, que visa fortalecer os atributos fora de estrada dos modelos.

Além de investir em lançamentos, a marca de origem alemã tem apresentado conceitos voltados para o agronegócio. Um exemplo é o protótipo Constellation 31.280 voltado para o trabalho em canaviais. Relevado durante a Agrishow 2019, ele foi pensado para melhorar a produtividade no campo, utilizando pneus agrícola e equipamentos que facilitam o trabalho nos campos de cana-de-açúcar.

Caminhão elétrico

A sustentabilidade não é ignorada na indústria de caminhões. Com as normas de níveis de emissão se tornando cada vez mais exigentes, começam a surgir alternativa aos motores diesel, que já poluem bem menos que há uma década.
Assim como acontece com os automóveis, modelos elétricos dos veículos de carga tem começado a aparecer no continente. Um dos primeiros é o Jac iET 1200, que vai começar a ser vendido em agosto no Brasil. Importado da China, ele tem 177 cv e autonomia de 200 km.

Voltado para o uso em cidades, ele promete ter um custo operacional baixo. Segundo o presidente da Jac Motors Brasil, Sergio Habib, o modelo elétrico vai gastar R$ 30 para percorrer 200 km na cidade, enquanto um modelo a diesel gasta cerca de R$ 150.

Marca com fábrica no Brasil, a sueca Volvo é outra companhia que tem se esforçado em desenvolver caminhões elétricos. Porém, a empresa está desenvolvendo um modelo movido a eletricidade e autônomo, sem cabine de comando. O Vera ainda está em desenvolvimento na Europa, e será testado em um terminal portuário na cidade de Gotemburgo, na Suécia.

Mercado em evolução

Sem caminhões, o transporte de cargas é inviável na América do Sul. Por isso, eles são fundamentais para o agronegócio e para os demais setores da economia. As empresas têm acompanhado de perto as novas tecnologias e, em breve, será possível ver modelos elétricos e autônomos rodando pelo continente — melhorando a segurança e reduzindo os custos de operação.

 

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